EVS | Workshops de Cultura e Criatividade on Tour


Ao longo destes meses tivemos a oportunidade de visitar desde infantários, a escolas primárias e escolas secundárias. Lidámos com várias turmas, de várias idades, umas mais numerosas, outras mais barulhentas. Acho que experienciámos um bocadinho de tudo.
O objetivo era falar de cultura, fazê-los falar um bocadinho de Inglês, partilhar conhecimento e essencialmente passar um bom bocado.
É interessante estar deste lado, observar as características de cada idade, adaptar as actividades a cada faixa etária e ver o produto final, que é sempre inesperado, mas que acaba sempre em rios de abraços. Ao final de algum tempo, o final deixou de ser tão inesperado e começámos a sentir mais confiança em estar à frente de uma turma de 20 alunos. Afinal, alguns estavam contentes por nos verem, foram safos de uma longa hora e meia de aula de Matemática.
A linguagem continua a ser uma barreira, principalmente entre os mais novos, mas ao fim de algum tempo começamos a perceber que o respeito pelo outro ou a tolerância se ensinas de uma formad fácil, transcendente a línguas ou culturas.

Ai Lídia Correia, não melhores essa postura que não é preciso...


Nas escolas secundárias, tivémos a oportunidade de falar sobre voluntariado, sobre o que é Serviço Voluntário Europeu e gerar partilha de ideias de temas como o terrorismo, a tolerância, o futuro e liberdade. 
Muitas caras diferentes, muitas delas não cheguei a decorar.
Acredito que muitos deles não tenham fixado na minha (mas muitos decoraram, que eu sei).
No ar fica a esperança que tenham fixado, pelo menos, algo que lhes tenha ensinado, que ponderem fazer voluntariado no futuro porque se inspiraram num de nós; que tenham conseguido ver várias prespectivas de um mesmo tópico, que é bom ter diferentes opiniões e que não devemos impor a nossa só porque achamos que é a mais correta. E se tiver passo isso a um deles, já me sinto concretizada e toda esta experiência já valeu a pena.


Continuo a achar que não tenho vocação para ser professora ou educadora de infância, mas até que  é um papel que até consigo desempenhar mais ou menos bem, se não tiver que fazer dia sim, dia sim. Confesso que preciso de alguma preparação mental.
Sei que um dia me vejo a fazer workshops e actividades com jovens. Não é propriamente a faixa etária mais fácil de trabalhar (sempre gostei de desafios, sei lá) e sei que não vou receber xis coração a torto e a direito (dar xis ainda não é considerado uma coisa fixe). Mas gosto poder falar de assuntos que realmente interessam, gerar o debate de ideias, mostrar alternativas diferentes, abrir horizontes.
A nossa tour por escolas e escolinhas acabou. 
Agora somos pequenas celebridades na comunidade, no meio de "Hello's" mais ou menos tímidos e acenos. (eu disse que alguns tinham decorado a minha cara, huehuehue)
E no fim, o sentimento de dever cumprido. Mas calma. Que ainda não é o fim.





Personal | Introspecções



Sei muito pouco.
E mesmo o que aprendo esqueço.
Mas já sei que à terceira nem sempre é de vez.
Aprendo e desaprendo constantemente, mas não necessariamente coisas novas.
Aprendo e desaprendo a aceitar a realidade, que nem sempre há um motivo ou razão lógica para as coisas acontecerem como às vezes acontecem. Coisas boas acontecem a pessoas más, coisas más acontecem a pessoas boas.
Aprendo e desaprendo a aceitar-me, porque não tenho outro remédio e porque sou o produto de todas as experiências com ou sem sentido (mas sentidas), as injustas e doridas.
Aprendo e desaprendo a gerir expectativas, a saber sonhar de pés assentes na Terra. Ter consciência que nunca irei alcançar tudo o que ambiciono e idealizo (e caramba, que ambição não me falta), mas saber que já vivi e vou viver tanto que nunca sequer imaginei, e que essas serão sem dúvida o melhor que está por vir. A vida consegue ser tão aleatória.
Ainda não aprendi a não ter medo de errar, de amar, de errar por amar nem de amar por erro.
Ainda não me conheço, passo a vida a testar os meus próprios limites, indecisa entre os dois extremos do espectro. Quero viver um bocadinho de tudo, porque a vida é feita de experiências. Mas depois lembro-me que para viver um bocadinho de tudo, implica viver as coisas boas e as más e repenso se realmente quero viver assim tanto.
Ainda não aprendi a lidar com este mau génio, mas também não percebi como se endurece o coração. Talvez sentir demais faça parte da aprendizagem. Mas então, acho que ainda não aprendi a aprender.
Mas está tudo bem. Não me julgo, não é que exista uma maneira certa de o fazer, receita ou livro de instruções.
Dizem que se aprende com cabeçadas. E dessas, eu já dei muitas, mesmo assim, não parecem ter sido suficientes. Mas não quero dar mais. Mas não é disto que a vida se trata?
Aprendizagem, tentativa-erro. Se é erro, é cabeçada.
E vou indo. Não de cabeçada, em cabeçada. Mas quase.
Que as cabeçadas doam menos.
Que eu aprenda sem precisar delas.
Que a minha aprendizagem seja rápida.
Que a minha memória não seja curta.
Que eu nunca desanime.
E que eu aceite sempre as coisas que não podem ser alteradas.

Aceitação. Aprendizagem.Tentativa.Erro. Em loop.





EVS | Furacão on-arrival training


O calidioscópio tem andado parado, em contrapartida, o tempo tem passado a mil e duzentos km à hora por terras polacas.
Tudo começou com a ida para on-arrival training,em Varsóvia, que consistiu num semana (intensiva) de treino, com outros voluntários que estão espalhados por toda a Polónia.
Isto de ser voluntário é muito giro, mas como tudo na vida, tem um lado sombrio e menos bom, que se não soubermos contornar, pode tornar uma experiência tão especial num fardo a sustentar.
A adaptação a um país novo, a um novo ambiente de trabalho, a novas pessoas que terás que lidar no dia-a-dia, ou o clima, ou a simples falta da comidinha da mãe são pequenos factores que cá são sentidos de forma ampliada, levando até as pessoas menos sensíveis (cof cof) a sentir o cheirinho de desmotivação no ar.



Por incrível qeu pareça, não havia programa no primeiro dia que chegámos. Ele foi feito posteriormente, tendo em conta as sugestões de todos, as necessidades, os interesses e espectativas. 


Uma das funções do on-arrival training é exactamente evitar que isto aconteça, dando-nos ferramentas para o combater e para inspirar novas formas de trabalhar e como ser melhores voluntários, tendo em conta as nossas necessidades e aspirações pessoais, as necessidades da nossas organização e da comunidade onde estamos inseridos.
Ás vezes as coisas estão tão turvas na nossa cabeça que precisamos de nos sentarmos e escrever, desenhar, representar de alguma forma onde estamos, porque estamos e para onde queremos ir. Parece simples, depois torna-se complicado conseguir expressá-lo de forma objetiva, depois torna-se simples de novo, como se fosse algo que sempre esteve debaixo do nosso nariz e não conseguimos ver durante tanto tempo, e ajuda-nos sentir-nos menos perdidos.



Foto de grupo - espectáculo e noite de danças polacas.


Foi uma semana em cheio, de ideias novas, de pessoas inspiradoras, de recordações para uma vida e de amigos, que apesar de nem sempre estarem perto, estão bem pertinho do coração, num sítio reservado com muita ternura.
É impressionante como pessoas com backgrounds, personalidades e nacionalidades tão diferentes, com ideias de futuro (às vezes) tão difusas, se podem juntar com um objetivo em comum : dar e receber, aprender e absorver o máximo que os outros nos têm para ensinar, inpirar os outros mas acima de tudo inpirar-nos a nós próprios.


Faz um mês que se deu a primeira semana do resto da minha experiência EVS, e não é coincidência que este mês tenha passado a correr.
Estou cheia de novidades, datas de partidas e chegadas no calendário, sensações indescritíveis que quero partilhar convosco. Embora o bichinho inspiração ande a jogar às escondidas e o factor tempo ande a galopar que nem um tresloucado, vão ficar a saber de tudo, tim-tim por tim-tim, porque quando sentimos que nos dão tanto, é simplesmente a nossa obrigação partilhá-lo.

Dar e receber, receber e partilhar.

(As fotos não são obra minha, e as que tenho, estão registadas com o telemovel, e diga-se de passagem, com péssima qualidade. Esta semana a câmara fotográfica tirou umas pseudo-férias não agendadas. Aqui a miúda estava demasiado ocupada em participar em todas as actividades que se foi esquecendo de pegar nela. SHAME!!!)



EVS + TRAVEL | Descobrindo Łódź: Museus de arte

Mais ou menos uma vez por semana, deixo o Centro Cultural de Plichtów e pego na minha mochila (que tem tudo para qualquer e possível circunstância), no almoço e nas botas mais confortáveis para caminhar e sigo rumo a Łódź de máquina fotográfica em punho. (estou uma Dora exploradora feita)
E sim, isto faz parte do meu trabalho cá (chatiiiiisse!!).






O objetivo é fazer uma espécie de livro com uma colectânea de fotografias e algumas informações sobre os sítios que temos visitado.
É impressionante a quantidade de sítios diferentes e super interessantes que Łódź tem para visitar, e a boa notícia é que a maioria é gratuíta.
A cada pequena excursão descubro uma nova vertente da cidade e o número de fotografias soma-se, literalmente,  a olhos vistos.

A nossa primeira "excursão" foi ao Muzeum Sztuki, que é constituído por 3 museus ao todo: o MS1, MS2 e o Herbst Palace. Os Museus de Arte de Łódź são museus de arte moderna e contemporânea, dando a conhecer o movimento avant-garde e instalações artísticas. Este ano celebra-se 100 anos deste movimento na Polónia.

Podemos encontrar este tipo de vitrais, quer no Herbst Palace, quer no MS1. São magníficos.

Herbst Palace 


Łódź tem uma história profundamente ligada à indústria: é possível ver ao longo de toda a cidade grandes edíficios em tijolo laranja de antigas fábricas.
Na época em que se deu o boom de industrialização, as famílias ligadas a este ramo criaram vastas fortunas e com elas começaram a surgir mansões de sonho.
O Herbst Palace é uma destas casas, que pertenceu à família Herbst, barões da indústria téxtil da época.



O palácio está decorado o mais próximo possível à decoração original da época, a atenção à disposição dos objetos do dia-a-dia dá a sensação que a família apenas saiu para um passeio há cerca de  minutos atrás.
Os móveis e os papéis de parede são de cortar a respiração e em cada divisão é possível encontrar pormenores que conferem um carácter especial ao espaço.
Dispostas nas paredes pdemos ainda observar quadros de artistas europeus e polacos.




Já fora da mansão própriamente dita, encontrava-se em exibição a exposição temporária : "From Matejko to wojtiewicz- the beginnings of modernity" que expõe a procura pelo estilo moderno.
A narrativa da exposição desenvolve-se à volta da história da Escola de Artes de Cracóvia, do seu diretor Jan Matejko (1838-1893), estudantes e outros professores da escola.
Matejko, provavelmente o pintor polaco mais reconhecido, era na sua época uma personalidade crucial nos círculos artísticos de Cracóvia.

From Matejko to wojtiewicz - the beginnings of modernity


MS1

O MS1 é um espaço de experiência do fenómeno da arte contemporânea, é utilizado para exposições temporárias, apresentação de fenómenos de arte, organização de workshops e exibição de filmes. 

Uma das esculturas exibidas na exposição The Museum of Rhythm . Exposição temporária. Exposição especulativa que admite o ritmo como uma ferramenta para interrogar os pilares da modernidade e o complexo sensual do tempo na experiência do dia-a-dia. 


Moved Bodies: choreographies of modernity. Exposição temporária. Questiona a experiência corporal e cinestésica da modernidade, com as obras e teorias de Katarzyna Kobro mostradas no contexto de práticas coreográficas dos seus contemporâneos.


MS2


Neste museu encontra-se exibida uma colecção internacional de arte contemporânea única e muito muito especial, onde estão representadas as várias vertentes do movimento avant-garde, como cubismo, futurismo, construtivismo, purismo, neoplasticismo e surrealismo.

O que torna esta coleccção tão especial?
A colecção foi iniciativa do grupo "a.r.", um grupo de artistas radicais ( Władysław Strzemiński, Katarzyna Kobro, Henryk Stażewski, Julian Przyboś e Jan Brzękows), que graças ao seu entusiasmo e devoção chamaram à atenção de outros artistas conceituados que doaram trabalhos seus para fazer parte desta coleção.


Uma das tantas peças interessantes que constituem a colecção que está em exibição permamente no MS2.


A colecção do grupo "a.r" é assim, um símbolo único de solidariedade e cooperação não só do movimento avant-garde, mas também como  paixão e o entusiasmo por algo é contagiante e junta as pessoas em prol de algo maior que si mesmas.


Superorganism : the avant-garde and the experience of Nature. Exposição temporária. Utilização da metáfora do "Seuperorganismo" para mostrar como, no dobrar dos séculos 19 e 20, a realção do Homem com o ambiente se reflete na arte.

Sinto que ando a aprender tanto, e tenho tanto para partilhar que às vezes as palavras parece não ser suficiente. Na próxima semana vamos para Cracóvia em formação, juntamente com outros voluntários que estão cá na Polónia e estou super entusiasmada. 

EVS | Criatividade com os pequerruchos



Se me disessem há um ano que trabalhar com crianças iria fazer parte do meu dia-a-dia, o mais provável seria rir-me às gargalhadas, se me disessem que seria com crianças polacas, dispararia de imediato um "Lel" num tom sarcástico, que é como quem diz, "Caramba, essa ideia é tão parva que nem me vou esforçar para dizer mais do que uma sílaba".
Ora toma, Lídia, para aprenderes a nunca dizer nunca.


Algumas das minhas funções pelo centro passam por ajudar a coordenar, juntamente, com a Ewa e com o João cerca de uma hora semanal de workshops de criatividade com crianças que têm maioritáriamente entre 4 e 7 anos. 

Ao todo, já contámos 3 workshops.
À medida que as semanas vão passando, sinto-me cada vez menos um peixinho fora de àgua e um bocadinho mais confortável naquela que não é, de todo, a minha zona de conforto. Note-se, um bocadinho... que isto de lidar crianças tem muito que se lhe diga!


Não vou mentir, o primeiro impacto pode ser assustador. É impossível não hiperventilar quando se vê um grupo de dez crianças a entrar pela porta, que não nos conhecem de lado nenhum. Tentar prever qual será a reacção delas à nossa presença pode ser aterrador e muita coisa pode correr bem mas muita pode correr mal. É aqui que surge o apoio fundamental de Ewa, que para além de traduzir os diálogos entre nós e as crianças, é quem nos aconselha e ajuda no planeamento e no decorrer dos workshops.

Apesar da língua ser uma barreira entre nós , acaba também por ser o que nos une, porque ambos estamos a dar os primeiros passos numa nova língua: nós no polaco, eles no inglês...
Fiquem orgulhosos, já sei algumas cores e animais em polaco! E tudo graças a estes workshops e aos jogos que temos a vindo desenvolver. Não sei quem fica mais entusiasmado em nos ver a dar uns toques no polaco, se nós ou  eles!

Decorar nomes pode ser complicado, decorar nomes em polado é um desafio (principalmente no início) mas, desafio aceite e atrevo-me a dizer que superado!

Algumas das atividades realizadas durante os workshops. Na primeira foto, na véspera de S.Valentim fizémos corujas amorosas. Alusivamente à partida das cegonhas da Polónia, umas belas de umas cegonhas super engraçadas. Esta semana, foi a vez dos pinguins gorduchos. Porquê? Porque são adoráveis! É preciso melhor motivo?

Foram só 3 workshops de muitos que estão para vir, e acredito que quando a conta for maior vou ter um saco cheio de histórias para contar, e umas quantas barrigadas de gargalhadas.

E os jogos que se jogava nas festas de aniversário e nos intervalos de almoço da escola?
Não perderam a piada!

Personal | Dia de aniversário a 3.000 km de casa

Pequenos grandes gestos

Acredito que não é preciso datas especiais para se celebrar o que quer que seja, no entanto,  fazer anos é ter o direito irrevogável de ser mimado mais um bocadinho do que o costume e reunir todas as pessoas que mais gostamos, pelo menos durante um dia, todos os anos.
Este ano foi diferente.
Estou a cerca de 3.000 km de casa e de tudo o que conheço e a ansiedade pré-aniversário não se fez sentir, até porque é nas datas especiais que custa mais estar longe.

Alguns dos miminhos das minhas miúdas


Estar longe, no entanto, não é sinónimo de não ser mimada e a distância física não é nada, quando temos pessoas que realmente gostam de nós e nos querem ver felizes independentemente de tudo.
Não há obrigados suficientes para todas as pequenas surpresas, palavras e gestos que, este ano, tiveram um gostinho especial e me fizeram sentir menos pequenina neste país tão grande.



In love com o novo acessório! Made by Patty. A amiga super talentosa e cheia de bom gosto.

Um obrigado especial, ao João, ao parceiro desta nova aventura que me conhece apenas à duas semanas e que aturou a Lídia party animal. Escusado será dizer, que esta é a primeira de muitas.

Aos amigos de sempre e para sempre, aos amigos que não são de sempre mas que o serão e aos novos amigos: obrigada por tornarem 23 anos de história (da minha história) tão especial.






9 coisas | Sobre viver em temperaturas negativas



Sim, são 9... não é um número redondo, não é enfadonho e é o meu número favorito!
Sempre fui friorenta, é um facto, mas desde que vim para a Polónia percebi que o frio de Portugal é para meninos.
Para quem já está habituado é peanuts mas para quem nunca sentiu tanto frio na vida, há pequenas coisinhas e pequenos hábitos que obrigatoriamente mudam.
Para quem nunca lidou  com esta realidade, ficam algumas dicas, para quem já lida com isso, vai-se sentir familiarizado


1- Uma lufada de ar fresco nunca mais terá o mesmo significado

Sim, está frio. Sim, eu estou farta de saber que está frio.
Mesmo assim, acabo sempre supreendida e a fazer comentários mainstream sobre o frio que está...certinho como o destino.
Nunca estou suficientemente preparada psicologicamente para a trombada de ar frio que levo logo nos primeiros milésimos de segundo que me atrevo a pôr os pés fora da porta. Sim, ainda não...

2- Meias, meias, meias

Sempre tive tendência para ter os pés frios, por isso, meias nunca são demais!
Miúda dos 3 pares de meias? Presente!

3- Gelo, seu falsiane....

Quem nunca se riu a ver vídeos de pessoas no cai-não cai no gelo? Ah pois!
O karma não perdoa, e o gelo também não. É preciso ter-se mesmo muito cuidado onde se põe os pés e é bastante fácil dar uma queda das feias.
Não, (ainda) não caí. Sim, quase, quase que aconteceu. E não, não há videos disso!
João: não te estou a tentar dar ideias. Não compres essa guerra comigo.


4- Tira-casaco , veste-casaco

Os edíficios são, felizmente, quentinhos, até uma pessoa friorenta como eu anda confortavelmente de t-shirt em casa, por exemplo. Isso é ótimo certo? Óbvio.
No entanto, a passagem do interior para exterior e do exterior para o interior acarreta todo um ritual que deve ser meticulosamente seguido, exactamente por esta ordem: tira-luvas, tira-gorro, tira-casaco, tira-camisola, veste camisola, veste casaco, veste gorro, veste luvas.
Ao fim de uns dias habituamo-nos, mas nos primeiros parece que somos a personagem principal da cena do karate kid... tira casaco, veste casaco, tira casaco, veste casaco....




5- Óculos e as diferenças de temperatura

Se usares óculos ainda há agravante de ter que fazer o ritual do tira-casaco, veste casasco com os óculos embaciados tornas-te, portanto, numa cebola desorientada com campo de visão limitado.

6- Mãos frias, coração quente - Mãos quentes...

 A temperatura das mãos chegam a um ponto que estão tão frias que começam a aquecer, é um processo doloroso e demorado e aposto que há uma explicação muito simples e cheia de factos científicos sobre o porquê que isso acontece . Cá para mim, o frio parte-me o coração, e as mãos começam passar de frias para quentes, no sentido inverso do dito popular. Faz sentido?  Deixem a criança ser feliz, vá.

7- Neve, neve, neve

Para quem só viu e esteve uma vez ou duas na neve, ver a nevar no dia-a-dia é algo mágico.
Sempre gostei de ver a chuva a cair, mas ver a neve é mil vezes mais bonito e relaxante. Tem ainda a vantagem de não ser tão incómodo andar na rua enquanto neva como quando chove.
22 anos a evitar guarda-chuvas and still counting!



8- Pingo no nariz

Ainda da série - transições do exterior para o interior: caramba, é que é inevitável que o maroto do pingo no nariz surja quando vou de um sítio muito frio para um muito quente,.andar sempre com um pacote de lenços nos bolsos e na mochila passou a ser (ainda mais) fundamental.
(sim, estou mesmo a falar de ranhoca, eu sei que não é bonito mas toda a gente tem)

9- Casaco e botas: os  fiéis melhores amigos

Um bom casaco e umas botas são essenciais para estas temperaturas... Tenho vários casacos e vários pares de botas, mas dou por mim sempre a escolher o mesmo casaco e as mesmas botas quando sei que o frio vai apertar, mesmo parecendo que estou sempre vestida de igual. É quando o frio aperta que se percebe quais são as peças que realmente valem a pena, e que às vezes mais vale qualidade que quantidade.



Agora, que já estava pró nisto de andar no frio, as temperaturas vão aumentar e vão chegar aos 12º (positivos) ainda este mês... A Primavera já está a querer espreitar e está na altura de riscar da bucket list as coisas que ainda quero fazer com neve.